“Um samba muito bom
Que me contagiou
Me encantou…”
Trecho do Samba “Praça 14 Bis” do Compositor: Eduardo Gudin
Estamos chegando a mais um término de ano e claro, não poderíamos fechar este ciclo sem apresentar a todos um panorama humilde sobre o cenário do samba paulista e seus novos trabalhos. Nesta megalópole cultural, o samba ainda é um ato de resistência, apesar de bem acolhido nas comunidades, somente agora ele começa a frequentar as altas rodas da sociedade paulistana.
Em um passado não tão distante, o gigante Paulinho da Viola cantou sobre a importância de nosso samba chegar ao Teatro Municipal e hoje em São Paulo, a sonoridade do ritmo extrapola fronteiras e une as pessoas em seus diversos espaços. Estes movimentos que ganharam potencialidade no fim dos anos 90, são conhecidos hoje como “Comunidades” e a função destes espaços é socializar através da música.
Hoje tenho como missão ser a candeia para que vocês possam conhecer novos nomes desse cenário, muitos desses nomes, vocês podem já ter ouvido falar, mas outros serão novidades para vocês e basta ouvir alguns minutos nas plataformas digitais e se conectar a estes novos rompantes do samba paulista.
Vamos lá!
Quando olhamos de forma singular para este movimento temos que realçar aqueles que, anos após anos, contribuem com a formação de novos nomes para este cenário, projetos como: o Samba da Vela, liderado pelo sambista Chapinha e amigos, a galera do Deu samba na Cabeça e do Samba que é Massa, o Pagode da 27, onde os irmãos Rabello se unem a grandes músicos e movimentam a região sul de São Paulo, a humildade e sonoridade da Comunidade Maria Zélia, que harmoniza a Região do Brás, os apaixonados pela boa música como os Amigos da Vila Carolina, Samba do Congo e o Clube dos amigos da Velha Guarda, que reúnem a nata do samba na Zona Norte, a valentia da Comunidade Samba Jorge e o Quintal dos Prettos, que constroem laços na Zona Leste, o Berço de Samba de São Mateus, que se transformou em um valente reduto do samba raiz e outros mais de cem projetos espalhados pela cidade que contribuem diretamente para expansão da música.
Neste cenário de amplitude, no Litoral paulista, as rodas do Samba Sem Teto, em São Vicente (SP), a Velha Guarda da Vahia (Santos-SP), Roda de Samba da Melhor Qualidade (Santos-SP), Pagode do Zaza (Guarujá-SP) e tantos outros encontros movimentam e alimentam a esperança de que novos nomes e novas composições apareçam para o cenário musical.
Estes projetos ajudam a fomentar e abrir caminhos para novos profissionais que buscam seu lugar no mercado musical. Neste tempo de plataformas digitais, vivemos cada vez mais conectados e temos a oportunidade de conhecer trabalhos infinitos que estavam escondidos dentro de algum baú online. Hoje é mais fácil desbravar estes novos caminhos e claro explorar e conhecer mais sobre nomes que estão em ascensão dentro deste universo.
Mas claro que deixo aqui, não uma regra, mas acredito que a necessidade de conhecer estes nobre nomes e ter a oportunidade de explorar a sua musicalidade, em um ano onde a pandemia nos forçou a mudar a rotina, a música se transformou na fiel companheira de muitos e nomes como: Ademir da Silva, Douglas Germano, Dodô Santos, Emerson Urso, Leandro Matos, Leandro Augusto, Léo Fé, Mauricio Pito, Rica Araújo, Waldir Dicá, o talento primoroso vindo do interior através da sonoridade do Grupo Alvorada, Diogo Nazareth, Matheus Crippa merecem a oportunidade de serem ouvidos.
Valorizar a chance incrível de conhecer talentos femininos como: Adriana Moreira, Amanda Maria, Bernadete, Didi Gomes, Eliana de Lima, Elizeth Rosa, Grupo Entre Elas, Fabiana Cozza, Raquel Tobias, Roberta Gomes, Roberta Oliveira, Sandra Regina Alves, Sol Carvalho e tantas outras…
E claro, como o Filme Ao Mestre com Carinho (1967) de James Clavell, nutrir de aplausos ininterruptos aos grandes Germano Mathias, a discografia de Osvaldinho da Cuíca, Royce do Cavaco, Thobias da vai-vai e um abraço especial a todos estes valentes que contribuem para a continuidade.
A música tem um poder incrível e infindo de penetração nas diversas camadas de nossa sociedade, somente ela, tem o poder de construir e solidificar algo invisível e imperceptível, que alimenta nosso corpo e alma, algo intangível, conhecido pelo nome de Esperança!
Deixo aqui um link especial contendo os trabalhos destes profissionais do samba paulista!
E fecho este ciclo enaltecendo este fogo altaneiro que alimenta cada um de nós, viva a música, viva o Samba, Boas Festas, Axé!